Respeito à individualidade

segunda-feira, 26 de julho de 2010

 
Leonardo* entrou em nossa turminha faltando 2 meses para o fim do ano. Meus alunos estavam quase todos alfabetizados enquanto Léo escrevia o próprio nome e se confundia com algumas letras do alfabeto. A mãe muito preocupada com o desempenho do filho, procurou uma 2 ° escola para este, uma vez que Léo estudava na parte da manhã em uma Instituição pública.

Ele é muito distraído - dizia ela.  As irmãs se alfabetizaram tão rápido! Temo que ele não consiga...
Leonardo tinha 6 anos apenas.

Este tipo de preocupação por parte dos pais, é natural, principalmente quando existem outras crianças para fazer comparações, mas a verdade é que ninguém é igual. Cada criança tem seu ritmo para aprender e isto deve ser levado em consideração! 

Percebendo as dificuldades de Léo e os temores da mãe, tentei deixar a pressão  de lado - porque um professor nesta situação, trabalhando em uma escola particular pode pirar -  e passei a prestar atenção nas necessidades de Leonardo:
  
Motivação
Precisava de incentivo, porque não tinha muito em casa, apenas comparações. A cada acerto dele o incentivava salientando que havia feito um bom trabalho, ao contrário do que se costuma  fazer quando mostramos apenas o erro.

Liberdade para criar

Léo adorava desenhar e contar histórias, então utilizei o que apreciava para chamar mais sua atenção em sala de aula, integrando com o trabalho de leitura e escrita.

Respeitando o ritmo

Em algumas situações era necessário que retomasse o que havia ensinado, pois Léo tinha um ritmo diferente para aprender. Demorava um pouco mais. Isso não significa que tinha algum problema, mas o que foi dito no início: cada um tem seu ritmo e sua maneira de aprender.

Atividades diferenciadas

Se uma criança tem mais dificuldades que a maioria, o professor não pode simplesmente aplicar o mesmo tipo de atividade. É um desrespeito àquela criança. Como se estivesse dizendo: Olhe a maioria está aprendendo assim! Então se vire e corra atrás! O professor existe para auxiliar os que têm dificuldades e não os que já sabem.


Deixando os preconceitos de lado

Hoje em dia, existe uma certa aversão a alfabetização feita por meio de famílias silábicas. Lembra? BA-BE-Bi-BO-BU... Mas eu digo por experiência própria que algumas crianças só aprendem desta maneira mais sistematizada. 
Leonardo começou a ler desta forma.
Bem, o resultado foi a alegria dele quando começou a ler as primeiras palavras. A satisfação da mãe  na reunião de pais ao ver suas produções.

Posso dizer que o bom trabalho do professor não é  APENAS quando o aluno escreve,  lê ou  faz contas. Mas quando se sente preparado para fazê-lo. Quando sente confiança em si mesmo e se orgulha do trabalho feito.
É aí que o verdadeiro aprendizado acontece.








1 comentários:

Nelza Jaqueline disse...

Oi Alessandra!
Temos o mesmo sobrenome, sabia?

Bem, estou aqui para retribuir a visita, dizer-te que o teu blog tem assuntos interessantíssimos e um visual diferenciado, muito bem feito, parabéns!
Também já sou sua seguidora.
Sempre que quiser passar novamente por lá e comentar, esteja à vontade.

Grande beijo
Jaque,
http://alfabetizacaomultimidia.blogspot.com
http://nelzajaque.blogspot.com
http://b22aprendendo.blogspot.com/

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